' '

O JEJUM

Jejum é uma prática muito comum no meio religioso, todas as religiões existentes, cristãs ou não, usam desta forma de sacrifício para louvar as suas divindades.
Mas o que verdadeiramente é o jejum para os cristãos? Uma simples abstinência de alimentos? Não!

Infelizmente muitos têm olhado para o jejum como um fardo difícil de ser carregado e ignorado o verdadeiro sentido desta abstinência. Ficam sem alimentar-se por um período levado pelas circunstâncias (determinação da igreja ou algo semelhante), porém, não conseguem ver a grandeza deste ato de louvor ao Senhor. Infelizmente resumindo: Passam Fome!



Em Isaias 58:6,7 está escrito:

“Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade,   que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces   todo o jugo?  Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?"

O Senhor está ensinando através de seu profeta, que o jejum deve envolver todo o nosso ser, a vontade é subjugada, a mente volta-se para Ele.  São momentos nos quais devemos fechar a porta para a existência e abrir-nos totalmente para o Senhor.  Longe de ser algo mecânico, ou encarado como uma obrigação, no entanto deve ser um ato que parte de nosso íntimo um reconhecimento da glória do Pai e do prazer em humilhar-se em sua presença.

Este ensino é dado ao povo escolhido desde os tempos dos reis, como uma prática agradável e que geralmente movia o coração do Senhor. Sua pratica era geralmente em situações difíceis, em que o socorro divino era indispensável.

Veja o exemplo de Davi:
“... Jejuou Davi e, ... passou a noite prostrado...”  (2 Samuel 12:16).


Vejamos alguns textos que nos leva a conhecer diversos momentos em que o jejum foi extremamente necessário:
Joel 1:14, 2:12; 2 Samuel 1:12; Lucas 5:33-35; Salmos 35:13; Daniel 6:18; Ester 4:16; Atos 13:3, 14:23, etc.

O jejum era uma prática comum entre os grandes servos do Senhor, pois sabiam que era uma forma de reabastecer-se, de renovar as forças para enfrentar as difíceis batalhas que tinham pela frente em seus ministérios e até mesmo na vida cotidiana.

Veja alguns exemplos
Jesus
Mateus 4:2
“E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites”.
Moisés
Êxodo 34:28
“E esteve ali com o SENHOR quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, os dez mandamentos”.
Elias
1 Reis 19:8
“Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus”.
Paulo
2 Coríntios 11:27
“Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez”.
Cornélio
Atos 10:30
“E disse Cornélio: Há quatro dias estava eu em jejum até esta hora, orando em minha casa à hora nona”.
Ana
Lucas 2:37
“E era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia”.
Davi
2 Samuel 12:16
“E buscou Davi a Deus pela criança; e jejuou Davi, e entrou, e passou a noite prostrado sobre a terra”.
Neemias
Neemias 1:4
“E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus”.
Ester
Ester 4:16
“Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim jejuaremos”.
Daniel
Daniel 9:3
“E eu dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza”. Entre outros

O jejum também era feito coletivamente, praticado simultaneamente pela nação, numa cidade, pela igreja,  etc.

Nação
Israel
“Então apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante da face de nosso Deus, para lhe pedirmos caminho seguro para nós, para nossos filhos e para todos os nossos bens” (Esdras 8:21).
“E aconteceu, no quinto ano de Jeoiaquim, filho de Josias, rei de Judá, no mês nono, que apregoaram jejum diante do SENHOR a todo o povo em Jerusalém, como também a todo o povo que vinha das cidades de Judá a Jerusalém” (Jeremias 36:9).
Cidade
Ninivitas
“E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior até ao menor” (Jonas 3:5).
Lideres
Apóstolos
“Nos açoites, nas prisões, nos tumultos, nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns” (2 Coríntios 6:5).
Igreja
Primeiros Cristãos
“E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado” (Atos 13:2).

Apesar de ser uma prática comum no seio da igreja do Senhor, na Bíblia vemos poucos ensinamentos a respeito de como praticá-lo.
                                        
Em Mateus 6:16-18 vemos uma recomendação do Mestre em relação ao jejum:

“Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente”.

Infelizmente este precioso ensinamento dado por Cristo pouco tem sido observado nos dias atuais, nos quais se vive muito a aparência. E passar uma imagem de crente praticante deste sacrifício coloca sobre as costas uma capa de santidade. E o que deveria ser em secreto, torna-se extremamente aparente, à semelhança do Fariseu que se exaltando dizia a todos:
“Jejuo duas vezes por semana...” Lucas 18:12

Nestes dias apocalípticos, a simplicidade da palavra já não tem lugar e muitos têm tentado explicar o inexplicável, e neste afã, inventaram diversas normas para a prática do jejum.

A palavra, porém, aponta para a voluntariedade, é um pacto entre a pessoa e Deus; que nasce no coração, com o desejo de agradar ao Mestre. É uma forma de nos humilharmos em sua presença, clamando pela sua misericórdia ou demonstrando a nossa gratidão pelo seu amor.

Estava em uma rodoviária, e por estar com a Bíblia na mão, aproximou-se um jovem crente. Começamos a conversar sobre as coisas espirituais e ele confidenciou-me que estava em jejum e por determinação do pastor, nem mesmo a saliva poderia engolir.

Uma irmã contou-me, que para um verdadeiro jejum, teria que ficar em casa, orando e lendo a Bíblia e não poderia conciliar trabalho e jejum.

E como estes exemplos radicais, há muitos outros.

Ditar normas e formas de sacrificar ao Senhor é colocar fardos pesados sobre as pessoas e muitos são induzidos ao erro.

E isto é andar em sentido contrário, pois Cristo veio tirar os fardos pesados difíceis de serem carregados, no entanto, muitos chamados homens de Deus, fazem questão de colocá-los sobre os ombros das ovelhas.

O que deveria verdadeiramente ser ensinado e cobrado pelos pastores era a condição única de santificar-se, deixando o pecado e de voluntariamente chegar-se diante do Pai e fazer um pacto de sacrifício.

Assuntos Relacionados:
Como devo jejuar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, reservo o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica ou invasão de privacidade pessoal/familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.