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DANIEL

Um dos quatro profetas maiores, embora ele nunca seja mencionado como profeta no Velho Testamento. A sua vida e profecias estão registradas no Livro de Daniel. Era descendente de uma das famílias nobres de Judá (Daniel 1:3) e nasceu provavelmente em Jerusalém em 623 a.C., durante o reinado de Josias.


Quando se deu a primeira deportação de Judeus, por Nabucodonosor (o reino de Israel tinha chegado ao seu fim quase um século antes), ou imediatamente a seguir à sua vitória sobre os egípcios, na segunda batalha de Carquemis, no quarto ano do reinado de Jeoiaquim (606 a.C.), Daniel e outros três jovens da nobreza foram levados para a Babilônia, juntamente com parte dos vasos do templo. Aí ele foi obrigado a entrar para o serviço do rei da Babilônia e, de acordo com os usos dessa época, recebeu o nome caldeu de Belssazar, "Príncipe de Bel", ou "Que Bel proteja o rei!" É provável que morasse no palácio de Nabucodonosor, agora apenas um montículo de ruínas de terra sem forma, denominado por Kasr, na margem direita do rio.

O treino que teve nas escolas dos sábios da Babilônia (Daniel 1:4) tinha como objetivo prepará-lo para servir o império. Neste período, distinguiu-se pela sua devoção sincera e observância estrita da lei (Daniel 1:8-16), ganhando a confiança e a estima dos seus superiores. O hábito de se concentrar e prestar atenção a tudo, adquirido durante os seus estudos em Jerusalém, tornou-o apto a dominar a ciência e o conhecimento dos caldeus e a ser melhor do que os seus companheiros.

Após três anos de disciplina e treino nas escolas reais, Daniel foi distinguido pela sua competência no campo da "ciência" do seu tempo, sendo, então, inserido na vida pública. Logo ficou conhecido pela sua capacidade em interpretar sonhos (Daniel 1:17; 2:14) e foi elevado ao cargo de governador da província da cidade da Babilônia, tornando-se no "Príncipe dos governadores" e sendo colocado sobre todos os sábios da Babilônia. Ele tornou conhecido e interpretou o sonho de Nabucodonosor; e muitos anos depois, quando já era bem mais velho, por entre o alarme e a consternação da terrível noite em que se deu o banquete de Belsazar, ele foi chamado, a pedido da rainha mãe (talvez Nitocris, a filha de Nabucodonosor), a fim de interpretar o que uma mão misteriosa escrevera na parede. Foi recompensado com uma veste púrpura e elevado à posição de "terceiro dominador". O lugar de "segundo dominador" era ocupado por Belsazar, em associação com o seu pai Nabonido, que ocupava o trono (Daniel 5:16). Daniel interpretou o que tinha sido escrito e "naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus".

Após a conquista da Babilônia, Ciro, que era agora senhor de toda a Ásia, desde a Índia até aos Dardanelos, colocou Dario, um príncipe da Média, no trono e durante os dois anos do seu reinado, Daniel ocupou a posição de primeiro dos "três príncipes" do império, ficando, assim, praticamente à frente de todos os negócios e interessando-se, sem dúvida, pelo futuro dos judeus cativos (Daniel 9:1-27), tendo, finalmente, a alegria de os ver voltar à sua terra, embora ele próprio não tivesse voltado com eles, permanecendo na Babilônia. A sua fidelidade a Deus expô-lo a várias perseguições, tendo sido atirado para uma cova com leões mas sendo milagrosamente salvo; após o que Dario emitiu um decreto, exigindo reverência para com "o Deus de Daniel" (Daniel 6:26). Ele "prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o Persa", a quem terá influenciado grandemente no que se refere ao decreto que pôs fim ao cativeiro (536 a.C.).

Teve uma série de visões proféticas que lhe foram dadas por Deus e que concederam ao povo de Deus uma esperança de um futuro glorioso, as quais devem ter transmitido paz e felicidade ao seu espírito na sua velhice, futuro pelo qual ele esperou, no seu posto, até "ao fim dos dias". O momento e as circunstâncias da sua morte não estão registradas. É provável que ele tenha morrido em Suza, com cerca de 85 anos.

Ezequiel, de quem ele foi contemporâneo, menciona-o como um modelo de justiça (Daniel 14:14,20) e sabedoria (Daniel 28:3).

DANIEL

Segundo filho de Davi, "que lhe nasceu em Hebrom, de Abigail, a jezreelita" (1 Crônicas 3:1). Também é chamado Quileabe (2 Samuel 3:3).

DARDA

Um dos quatro que foram notados pela sua sabedoria, mas a quem Salomão foi superior (1 Reis 4:31).

DARIO I

Dario, rei da Pérsia. Era filho de Histaspes, da família real dos Aqueménides. Não sucedeu imediatamente a Ciro. Houve ainda dois reis intermédios: Cambíses (o Assuero de Esdras), filho de Ciro, que reinou desde 529 a.C. até 522 a.C., sendo sucedido por um usurpador chamado Esmérdis, que ocupou o trono somente durante dez meses e ao qual sucedeu Dario (521-486 a.C.). Esmérdis não tinha qualquer simpatia por Ciro e Cambíses, pelo modo como eles trataram os Judeus.

Emitiu um decreto proibindo a restauração do templo e de Jerusalém (Esdras 4:17-22). Mas logo após a sua morte e depois da ascensão de Dario ao trono, os judeus retomaram o seu trabalho, pensando que o édito de Esmérdis seria, agora, anulado e tornado sem validade, pois Dario estava em harmonia com a política religiosa de Ciro. Os inimigos dos judeus não perderam tempo em trazer o assunto a Dario e este fez com que se procurasse o decreto de Ciro. Não foi encontrado em Babilônia mas em Acmeta (Esdras 6:2); e Dario emitiu um novo decreto, dando aos judeus total liberdade para prosseguirem o seu trabalho e requerendo, ao mesmo tempo, que o satrapa sírio e os seus subordinados lhes dessem toda a ajuda de que necessitassem. Foi contra o exército deste rei que os gregos lutaram na famosa batalha de Maratona (490 a.C.). Durante o seu reinado, os judeus gozaram de muita paz e prosperidade. Sucedeu-lhe Assuero, conhecido pelos gregos como Xerxes e que reinou durante 21 anos.

DARIO II

Dario, o Persa (Neemias 12:22). Era filho de Artaxerxes Longânimo, que foi o filho e sucessor de Assuero (Xerxes). Existem alguns, contudo, que pensam que este rei foi Dario III, o antagonista de Alexandre, o Grande (336-331 a.C.).

DARIO, O MEDO

Dario, o Medo (Daniel 11:1), "filho de Assuero, da nação dos Medos" (Daniel 9:1). Com a morte de Belsazar, o caldeu, ele "recebeu o reino" da Babilônia, como vice-rei de Ciro. Durante o seu breve reinado (538-536 a.C.), Daniel foi promovido à mais alta posição do reino (Daniel 6:1,2); mas, por causa da maldade dos seus inimigos, foi lançado na cova dos leões. Quando foi milagrosamente salvo, Dario emitiu um decreto exigindo "reverência ao Deus de Daniel" (Daniel 6:26). Este rei foi provavelmente o "Astyages" mencionado pelos historiadores gregos. Contudo, nada em concreto poderá ser referido sobre ele. Alguns são de opinião que o nome "Dario" é simplesmente um cargo equivalente ao de "governador" e que o "Gobryas" das inscrições era a pessoa que se queria mencionar com esse nome.

DATÃ

Filho de Eliabe, um rubenita, que se juntou a Coré e à conspiração que este forjou, sendo engolido pela terra juntamente com os seus cúmplices (Neemias 16:1; 26:9; Deuteronômio 11:6; Salmos 106:17).

DAVI

O oitavo e filho mais novo de Jessé, um cidadão de Belém. O seu pai parece ter levado uma vida simples. Não está registrado o nome da sua mãe. Alguns pensam que é a Náas referida em 2 Samuel 17:25. Da sua aparência pessoal apenas sabemos que era ruivo, que tinha uns belos olhos e que era formoso (1 Samuel 16:12; 17:42).

Tinha por ocupação cuidar do rebanho de seu pai, levando-o até às regiões montanhosas do interior de Judá. Do que se sabe da sua história, sem dúvida que se distraía com a sua flauta de pastor, enquanto assim trabalhava, aprendendo com as lições que os vários incidentes que se davam à sua volta lhe ensinavam. Os seus primeiros feitos registrados foram os seus encontros com as feras do campo. Ele menciona que matou um urso e um leão, quando estes tentaram atacar o seu rebanho (1 Samuel 17:34,35).

Enquanto Davi, na frescura da sua juventude sadia, estava assim ocupado com os seus rebanhos, Samuel fez uma visita inesperada a Belém, tendo sido ali conduzido pela direção divina (1 Samuel 16:1-13). Aí ofereceu um sacrifício e chamou os anciãos de Israel e a família de Jessé para que se lhe juntassem. De todos os que foram à sua presença, nenhum era o que Samuel procurava. Mandaram chamar Davi e o profeta logo o reconheceu como o escolhido de Deus para suceder a Saul, que se afastara dos caminhos de Deus. Assim, em antecipação, ele ungiu-o e Davi voltou para a sua vida de pastor. Mas "o Espírito do Senhor se apoderou de Davi desde aquele dia em diante" e "o Espírito do Senhor se retirou de Saul" (1 Samuel 16:13,14).

Não muito depois disto, Davi foi enviado para o palácio, a fim de, com a sua harpa, acalmar o espírito perturbado de Saul, que sofria de uma estranha depressão melancólica. Ele tocou tão bem perante o rei, que Saul logo se alegrou e começou a demonstrar grande afeição pelo jovem pastor. Depois, Davi voltou para a sua casa em Belém. Mas não demorou a que voltasse a ocupar um lugar de proeminência. Os exércitos filisteus e de Israel encontravam-se em guerra e assentaram arraiais no vale de Elá, a cerca de 26 Km a sudoeste de Belém; e Davi foi enviado pelo seu pai até ao arraial, a fim de levar provisões aos seus três irmãos, que se encontravam a lutar ao lado do rei. Ao chegar ao local, Davi (agora com cerca de 20 anos) foi posto ao corrente do que se passava, quando o campeão dos filisteus, Golias de Gate, avançou e desafiou Israel. Davi pegou na sua funda e com uma pontaria bem treinada, atirou uma pedra "do seu alforge", que atingiu o gigante na testa e ele caiu sem sentidos no chão. Davi, então, correu para ele e matou-o, cortando-lhe a cabeça com a sua própria espada (1 Samuel 17:1-58). Como resultado, os israelitas obtiveram uma grande vitória, perseguindo depois os filisteus até às portas de Gate e Ecrom.

A popularidade de Davi, uma consequência do seu feito heróico, despertou os ciúmes de Saul (1 Samuel 18:6-16), ciúmes esses que ele demonstrou de várias maneiras. Gerou-se nele um ódio amargo para com Davi e através de vários estratagemas, tentou matá-lo. As tramas do rei enfurecido, que não podia deixar de ver como Davi "prosperava grandemente", mostraram-se inúteis e apenas tornaram o jovem herói mais querido do povo, mas em especial de Jônatas, o filho de Saul. Entre eles formou-se uma amizade calorosa.

Para escapar à vingança de Saul, Davi fugiu para Ramá (1 Samuel 19:12-18), para junto de Samuel, que o recebeu, passando a viver com os filhos do profeta, que estavam a ser ensinados pelo próprio pai. Supõe-se que os Salmos 6, 7, 11 tivessem sido escritos nesta altura. Este lugar ficava apenas a 5 Km da residência de Saul, que não demorou a descobrir para onde tinha ido o fugitivo e tentou, em vão, trazê-lo de volta. Jônatas fez um esforço frutífero para conseguir que o seu pai voltasse a relacionar-se bem com Davi (1 Samuel 20:1-43) que, ficando ao corrente desse fato, preferiu fugir ainda mais para longe, pois não estava certo de ali se encontrar em segurança. Vamos encontrá-lo primeiro em Nobe (1 Samuel 21:1-9) e depois em Gate, a principal cidade dos filisteus. O rei dos filisteus não o admitiu ao seu serviço, como ele assim esperava e Davi, então, instalou-se na caverna de Adulão (1 Samuel 22:1-4; 1 Crônicas 12:8-18). Aqui e em pouco tempo, juntaram-se-lhe 400 homens, que lhe deram a conhecer que o consideravam como seu líder. Foi nesta altura que Davi, por entre os tormentos e os perigos da sua posição, gritou: "Quem me dera beber da água da cisterna de Belém"; quando três dos seus valentes romperam pelo arraial dos filisteus e lhe trouxeram a água pela qual ele ansiava (2 Samuel 23:13-17), ele não a quis beber.

Cheio de raiva por não conseguir apanhar Davi, Saul deu ordens para que se massacrasse toda a família sacerdotal em Nobe, "pessoas que usavam o éfode de linho", num total de 85 pessoas, tendo sido mortas por Doegue, o edomita. Abiatar, o filho de Aimeleque, levou as tristes novas do massacre a Davi, tendo sido ele o único a escapar.

Ao ouvir que Queila, uma cidade na fronteira ocidental, estava a ser atormentada pelos filisteus, Davi e os seus homens foram até lá, livrando-a dos perigos (1 Samuel 23:1-14); e depois, com medo de Saul, ele fugiu para as cavernas da "região montanhosa" de Judá. Enquanto ali esteve acampado, no bosque do distrito de Zife, Jônatas visitou-o, transmitindo-lhe palavras de encorajamento (1 Samuel 23:16-18). E os dois, então, se separaram para nunca mais se encontrarem. Saul continuou a perseguir Davi que, dessa vez, lhe escapou à justa.

Mais tarde estabeleceu-se como rei das 12 tribos, conquistou Jerusalém, aumentou a extensão do território do reino vencendo todas as batalhas em que se empenhou. Apesar de erros graves cometidos durante o seu reinado, Davi tomou sempre o caminho do arrependimento e o registro dos seus salmos demonstram a devoção que faziam dele um servo de Deus.

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