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COMO OS HINDUS VEEM JESUS


Dois mil anos atrás, Swami Sivananda escreveu: “A divindade encarnou neste planeta para mostrar a toda a humanidade o glorioso caminho para a vida eterna, vivendo realmente a vida divina sobre a terra. Jesus foi [...] o divino poder e o amor encarnado...”
Essa reação a Jesus Cristo, que faria eco aos sentimentos de milhares de hindus, é o resultado de dois séculos de serviço cristão na Índia, prestado pela igreja mundial. A mente hindu aceita hoje a divindade de Cristo, mas não que Ele seja singular. Jesus é considerado uma das muitas encarnações da divindade – por alguns até mesmo como a maior delas. Em outras palavras, Jesus tem sido reinterpretado do ponto de vista hindu, segundo o qual todas as almas humanas são divinas.


Conforme o modo de ver dos hindus, muitos continuam ignorantes de sua verdadeira natureza, mas alguns, como Jesus, transcendem a ilusão normal e percebem sua divindade. Esse reconhecimento da divindade de Cristo significa, na melhor das hipóteses, pouco mais do que um ajuste à visão de vida deles, e na pior das hipóteses induz os cristãos a aceitar o monismo ou politeísmo hindu.

Os cristãos e a reforma hindu


A sinceridade com que os hindus reconhecem a divindade de Jesus, mas não se submetem ao seu senhorio, é um problema que pode ser mais bem entendido se o considerarmos na perspectiva histórica.


O primeiro grande impacto que Jesus criou sobre a mente hindu foi no final do século XVIII e no início do XIX, quando missionários cristãos corajosamente tornaram a iniciativa de defender algumas reformas sociais para libertar os desfavorecidos da Índia da opressiva ordem social hindu. Essa atividade missionária produziu três resultados:
1)      Centenas de milhares de hindus aceitaram Jesus Cristo como Salvador e abertamente se tornaram seus discípulos;
2)      Grandes reformadores hindus, como Rammohan Roy, Telang, Renade, Jotiba Govinda Phule, Behramji Malabari, que seguiram a iniciativa missionária, estudaram a Bíblia diligentemente. Muitos deles a pregavam com regularidade em um esforço de reformar sua sociedade. Esses homens admitiam sua dívida com Jesus, mas não se tornaram cristãos;
3)      Alguns grandes reformadores, como Swami Dayanand Saraswati, aceitaram a necessidade de reformar o hinduísmo, mas reagiram rispidamente contra Jesus. Eles escreveram e pregaram contra Ele para evitar que os hindus se tornassem cristãos. Essa reação, nascida da insegurança, continua até o dia de hoje em algumas partes, embora de maneira mais amena.

Quando o movimento da reforma hindu assumiu um caráter nacionalista no século XX, passou totalmente das mãos cristãs para as mãos hindus. Isso aconteceu porque os cristãos não estavam preparados para assumir o movimento da reforma até o seu final lógico – independência nacional. Nesse ponto, embora líderes hindus, como Mahatma Gandhi continuassem a estudar, seguir e instruir os outros na vida e nos ensinamentos de Jesus, ele deixou de ser uma questão de debate nacional.

Depois que a índia se tornou independente em 1947, a Igreja Indiana tornou-se uma minoria, na defensiva e insegura. Naquela ocasião a atitude hindu para com Jesus deixou de ser hostil ou condenatória. Em vez disso, os hindus ou se tornavam indiferentes para com Jesus, ou o viam simplesmente como uma grande figura histórica com pouca relevância para os dias de hoje.

Atualmente, entretanto, desde a independência, o nacionalismo e os movimentos reformadores não têm conseguido satisfazer o coração hindu. Começou então, uma nova busca por respostas e por um salvador. Em pequenos bolsões da Índia, onde os cristãos estão cumprindo sua missão corajosamente, Jesus está voltando ao centro do cenário. É concebível que, no final deste século, Jesus se torne novamente o assunto central de debates e que os hindus tenham mais uma vez de escolher entre aceitá-lo ou rejeitá-lo.

Fonte: Fundamentos da Teologia Cristã, pg. 69.
Vishal Mangalwadi


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